Inovando em discussões acera da viticultura em tempos de antropoceno: o caso dos viticultores orgânicos de São Marcos no mercado nacional brasileiro

  • Innovating Discussions on Viticulture in Times of the Anthropocene: The Case of the Organic Winegrowers of São Marcos in the Brazilian National Market
  • Innover dans les discussions sur la viticulture à l’ère de l’Anthropocène : le cas des viticulteurs biologiques de São Marcos sur le marché national brésilien

Diariamente mudanças ambientais são percebidas em todo mundo, evidências empíricas e científicas nos alertam para alterações de temperatura, maior poluição ou degradações em geral. A agricultura é um fator importante e relaciona-se ao aumento dos riscos ambientais associados ao Antropoceno. Esta determinação de uma nova Era onde a humanidade assume força geológica de mudança aos sistemas terrestres, coloca-nos no centro da insustentabilidade. De maneira a provocar ações de redesenho nos atuais modelos de produção e consumo. A sustentabilidade na viticultura mundial é fomentada em todos os continentes, ao passo que iniciativas proativas trazem inspiração aos agentes da base de produção, corroborados por estudos que reafirmam a capacidade de sistemas produtivos orgânico na transformação dos sistemas alimentares globais a partir da adoção de práticas sustentáveis. Neste texto, encontra-se contextualização teórica acerca do advento do Antropoceno com o acréscimo de um caso de viticultores atuantes prol viticultura sustentável. Pretende-se provocar questionamentos acerca dos modelos vigentes de produção e dar destaque para uma experiência de sucesso fomentando iniciativas na base produtiva além de avanço conceitual para apoiar transições entre modelos.

Empirical and scientific evidence warns us of changes in temperature, increased pollution and degradation in general. Agriculture is an important factor and is related to the increased environmental risks associated with the Anthropocene. This determination of a new era in which humanity assumes the geological power to change the earth’s systems places us at the center of unsustainability. This has led to actions to redesign current production and consumption models. Sustainability in world viticulture is being promoted on all continents, while proactive initiatives are inspiring agents at the production base, corroborated by studies that reaffirm the capacity of organic production systems to transform global food systems through the adoption of sustainable practices. This text provides a theoretical context for the advent of the Anthropocene, with the addition of a case of winegrowers working towards sustainable viticulture. The aim is to provoke questions about current production models and highlight a successful experience that has fostered initiatives in the production base, as well as conceptual advances to support transitions between models.

Les preuves empiriques et scientifiques nous mettent en garde contre les changements de températures, l’augmentation de la pollution et la dégradation climatique en général. L’agriculture est un élément important et est liée aux risques environnementaux accrus associés à l’Anthropocène. Cette détermination d’une nouvelle ère dans laquelle l’humanité assume le pouvoir géologique de changer les systèmes terrestres nous place au centre de la non-durabilité. Cela a conduit à des actions visant à repenser les modèles de production et de consommation actuels. La durabilité dans la viticulture mondiale est promue sur tous les continents, tandis que des initiatives proactives inspirent les agents à la base de la production, corroborées par des études qui réaffirment la capacité des systèmes de production biologique à transformer les systèmes alimentaires mondiaux grâce à l’adoption de pratiques durables. Ce texte propose une contextualisation théorique de l’avènement de l’Anthropocène avec un focus sur un vigneron œuvrant pour une viticulture durable. L’objectif est de susciter des questions sur les modèles de production actuels et de mettre en lumière une expérience réussie qui a favorisé des initiatives au niveau de la production, ainsi que des avancées conceptuelles pour soutenir les transitions entre les modèles.

Plan

Texte

Introdução

No ano em que a população mundial chegou a 8 bilhões1, é necessário considerar os desafios atuais e futuros para garantir clareza na tomada de decisões e, assim, a continuidade de qualquer atividade. A partir da compreensão e conhecimento do contexto atual e das experiências antecipadas, vislumbram-se múltiplas possibilidades. Por que considerar a viticultura no Antropoceno? Na prática, como viticultores podem ser mais assertivos frente ao cenário previsto? Desde o advento da agricultura industrial, o ambiente natural, juntamente com grande parte da biodiversidade, tem sido severamente danificado2. A agricultura fornece impacto negativo no uso da terra, se considerarmos as mudanças climáticas. Os agricultores têm ciência destas, ao experimentarem frequentemente eventos extremos como inundações, secas, degradação do solo, resíduos e poluentes nocivos3. Portanto, a agricultura é reconhecida como um fator chave nos crescentes riscos ambientais associados ao Antropoceno, e a intensificação sustentável da agricultura ajudará alimentar uma população crescente e garantir serviços ecossistêmicos em paisagens agrícolas através da conservação da biodiversidade4.

As discussões sobre a inserção desse aspecto insustentável do comportamento humano descrito pelo Antropoceno tornam-se, assim, inovadoras e trazem consigo a urgência de mudanças para um futuro socialmente mais seguro. Dialogando por meio do compromisso com a viticultura sustentável e reconhecimento do significativo impacto das ações humanas no planeta. Isso inclui abordagens como agricultura de conservação, sustentabilidade e intensificação ecológica, agroecologia e sistemas agrícolas diversificados, agricultura de precisão e agricultura orgânica5.

Quanto ao método, este estudo segue objetivos, sendo o principal iniciar uma discussão sobre a viticultura durante o Antropoceno, com aspectos da difusão de ideias, habilidades e conhecimentos vistos como centrais para visões superiores e sistêmicas de inovação, essenciais para promover as mudanças necessárias6. Como objetivo secundário, busca-se conceituar e contextualizar o Antropoceno para familiarização do setor e da respectiva responsabilidade compartilhada da época. Por fim, demonstrar aspectos e modelos produtivos adequados ao contexto apresentando um caso prático que emerge de maneira inovadora no atual contexto relacionando-as com conceitos que apoiam o entendimento da observação in loco. Este texto tem caráter qualitativo e exploratório e utiliza-se de revisão bibliográfica para alcance das proposições. As bases pesquisadas foram Scopus, Spinger, Science, EBSCO, Gale, JStour e Sagepub. Utilizando dos termos individualizados e combinados para seleção de artigos: antropocene, viticulture, sustainable, food systems e great acceleration.

Antropoceno: aspectos introdutórios e provocações para mudanças

Perceber as mudanças frequentes aos ecossistemas e iniciar os diálogos deste estudo rememorando a densidade demográfica mundial pode parecer inadequado. No entanto, é essencial para ilustrar o Antropoceno enquanto momento inédito em que a presença humana passa desestabilizar sistemas terrestres7. As atividades humanas superam os processos naturais, a exemplo da concentração atmosférica de CO2, desmatamento e aumento da queima de combustíveis fósseis, de maneira a justificar a designação de uma nova época geológica8. A designação desta nova Era permanece com acaloradas controversas científicas e a formalização estratigráfica pode representar reconhecimento “oficial” de que o mundo mudou, substancialmente e irreversivelmente, por meio da atividade humana9.

Quanto ao início do Antropoceno, correntes apontam para 1750, com o início da Revolução Industrial e toda transição global. Dessa forma, o ano de 1800 d.C. poderia ser razoavelmente escolhido como seu primeiro estágio10. Uma segunda fase ainda em curso é denominada Grande Aceleração iniciada em meados de 1945 aonde evidências das ações antrópicas ficam mais perceptíveis e exponenciais: a população dobrou em apenas 50 anos, chegando a 6 bilhões no final do século XX; o número de veículos motorizados aumentou drasticamente de 40 milhões no final da Segunda Guerra para quase 700 milhões em 1996; e a população mundial passou a concentrar-se mais em áreas urbanas, de 30 % para 50 % de 1950 a 200011. A ocorrência de resíduos de agrotóxicos em águas profundas em locais de viticultura intensiva é uma evidência desta problemática12.

Entende-se que a “Grande aceleração”, logo perderá amplitude em função da escassez de recursos, ao passo que a humanidade hoje dotada de capacidade intelectual e recursos tecnológicos passará a entender o quanto suas ações trazem riscos à sua própria existência13. Então a partir disto, passará a construir e alterar as formas de produção e consumo para diversas das que trouxeram o advento desta nova era. Então passaremos para a fase do “Antropoceno Consciente de si Mesmo” com ações propositivas de mudanças14.

Logo, a mudança do paradigma produtivo se justifica. Mesmo que por vezes o sistema convencional de produção alcance maiores rendimentos em produtividade, o manejo orgânico do vinhedo implica em menor consumo de energia e, portanto, menos emissões de GEE além do resultado econômico final ser superior uma vez que maior alcança preço de comercialização maior e menores custos de manejo15. A viticultura de precisão, com otimização de mecanismos de irrigação também conferem sustentabilidade e contribuem para minimizar a pegada hídrica das videiras16.

A biodiversidade é favorecida em sistemas ecológicos em comparação com sistemas intensivos onde existem perdas de espécies da tradicional paisagem vinhateira em função de herbicidas, fungicidas e outros insumos17. As costumeiras plantas de cobertura conferem benefícios aos sistemas orgânicos ao propiciar maior atividade microbiana, superior concentração de matéria orgânica dente outros nutrientes e no longo prazo contribuem para melhor qualidade dos frutos18. Ademais, áreas de cultivo orgânico possuem maior incidência de organismos benéficos que atuam como inimigos naturais para doenças de solos19. Fontes de energia renovável podem e devem ser utilizadas como novo modelo energético para descarbonização, além de oferecer um produto para consumidores que valorizam vinhos ecologicamente corretos20.

Portanto, a literatura elenca inúmeras motivações para aceitar a superioridade de sistemas sustentáveis. Logo, considerar a responsabilidade antrópica intrínseca aos sistemas atuais é essencial para adoção de mudanças que contribuirão para superação das implicações impostas pelo Antropoceno. Realizar mudanças sustentáveis parte de um “querer” coletivo e são bem-vindos diálogos que emergem de maneira inovadora iniciando o movimento de consciência para a ação neste setor. Logo, destacando o caráter de mudança possível, este estudo retrata a iniciativa de um grupo de viticultores no contramovimento do Antropoceno. Os quais a partir de organização coletiva buscam novos rumos de comercialização para viabilizar seus cultivos agroecológicos.

Inovação para superar o antropoceno

Reconhece-se que a inovação pode ocorrer em todos os setores da economia21, afinal, o sucesso ou o fracasso de qualquer organização está na escolha de sua estratégia, pois a busca pelo sucesso deve sempre levar em conta o ambiente competitivo e as diferenças entre organizações22. A viticultura pode facilmente se apropriar de formas de inovação, seja de produto, processo, organizacional ou de marketing23 para evoluir enquanto atividade e elevar a prosperidade aos viticultores familiares. Desta forma, as estratégias produtivas e organizacionais da agricultura familiar são fundamentais para responder ativamente aos desafios emergentes, e a forma como este grupo se insere nos mercados pode ser inovadora, na contramão da tradicional existência de intermediários comerciais no contexto24. Ademais, os usos de tecnologias, integração de mercado e organização social têm uma clara correlação positiva com a renda25. Enquanto, estratégias de diferenciação são primordiais para garantir competitividade nos mercados com crescentes padrões de exigência26.

Portanto, dada a importância da inovação para a competitividade, apresenta-se um grupo de viticultores familiares e sua distribuição da produção de uva orgânica em busca de um ambiente fora dos limites de sua propriedade na pequena cidade do interior. No caso estudado, em uma cidade com tradição de vitivinicultura pequenas propriedades não garantem renda adequada para famílias com pequenas extensões de vinhedos. Pois a uva destinada para vinificação possui um valor comercial que passa a ser interessante apenas em volumes elevados, também o preço é pré-estabelecido impedindo negociações e barganhas. Considerando a característica de pequena propriedade, um grupo de viticultores passou pela transição agroecológica certificando nos padrões legais nacionais de produção orgânica suas propriedades objetivando maior autonomia no momento da comercialização, tanto no aspecto de preço de venda quanto ao destino pretendido.

Neste contexto se expõe a viticultura orgânica como vantajosa, sendo terreno fértil para difundir inovações e ampliar a competitividade no âmbito da agricultura familiar. Entende-se que a inovação na viticultura orgânica pode estar associada aos esforços de manejo de solo para otimização da matéria orgânica, elemento essencial para qualidade dos solos e frutos e consequentemente de produtos vitícolas27. E enquanto difusor de inovação no segmento, redes são eficientes uma vez que atuam ligando pessoas que representam pontos de vista específicos, tecnologias e práticas sociais, levando em consideração a configuração consultiva e trocas cotidianas28. Quanto ao desafio de aumentar a competitividade e sustentabilidade, estratégias para uma melhor gestão da quantidade, qualidade e diferenciação do produto se alinham à demanda do consumidor e às preferências do mercado para a indústria global de uvas e vinhos29. Além de alianças estratégicas e associações que gerarem fortalecimento setorial30.

A vitivinicultura sustentável já foi convencionada pelo setor como um esforço global aplicável para toda cadeia com finalidade de agregar a sustentabilidade, produzir com qualidade sem oferecer riscos ao ambiente, aos produtos e aos consumidores, além de valorizar aspectos patrimoniais, históricos, culturais, ecológicos e paisagísticos31. Logo, a viticultura orgânica é aliada enquanto estratégia de cultivo e influencia positivamente crescimento, qualidade e produtividade das videiras32. Além de apresentar interessante desempenho sob aspecto financeiro33. Em resumo, reduz o impacto ambiental e aumenta a qualidade do solo no longo prazo em cultivo de uvas enquanto mantém a lucratividade34.

Discussões e resultados: o caso dos viticultores agricultores familiares orgânicos de são marcos

Na pequena cidade da Serra Gaúcha, ao nordeste do estado, localiza-se o município do qual pertence o grupo que ilustra este estudo. Trata-se de um grupo de agricultores familiares, que trabalham prioritariamente com fruticultura. Sendo a viticultura a atividade mais representativa. Este grupo organizou-se oficialmente no ano de 2013 e atualmente conta com sete famílias, destas quatro dedicadas a viticultura para comercialização in natura. Este grupo trabalha desde sua formação com viticultura sustentável, sendo parte da Rede Ecovida de Agroecologia. Possuindo certificação orgânica nos moldes da lei nacional, a partir do sistema participativo de garantia (SPG) da Ecovida. Toda estruturação produtiva ocorreu de maneira próspera, no entanto a inserção do grupo nos mercados tornou-se desafiadora ano após ano. Logo, da mudança do paradigma produtivo do convencional para o orgânico (2013) intensificou o problema uma vez que o mercado local não absorveria a produção do grupo, assim como o mesmo não possuía meios distribuição nem destinos de venda.

A partir do exposto, percebe-se que a comercialização também demanda alternativas aos modelos tradicionais. Em resposta, organizações de agricultores orgânicos traçam rotas de comercialização motivadas por ideias de comercialização justa para atender consumidores na contramão dos sistemas dominantes, busca-se sistemas mais inclusivos e sustentáveis35. Além dos supermercados, os pontos de circuitos curtos de comercialização (CCCs) passam a ser reconhecidos pelos consumidores como locais interessantes para aquisição de alimentos frescos, direto do produtor e com precificação adequada para ambos36. Os CCCs37 fundamentam-se sobre princípios de reciprocidade enraizados na construção social dos mercados e suas conexões, correspondem a uma lógica de compromisso e se materializam em canais de troca de proximidade entre elos de produção e consumo sendo um inovador fenômeno de interação social emergente da agricultura familiar38.

No âmbito de redes, a conversão orgânica do grupo aconteceu através de Sistema Participativo de Garantia (SPG) da Ecovida, possibilitando conexão com outros agricultores que buscavam adotar novos modelos comerciais para seus cultivos. Na prática, rotas rodoviárias ligam os viticultores até pontos de comercialização acessados pelos consumidores. Em São Marcos, em tempos de vindima são escoados através do circuito aproximadamente 100 toneladas de uvas para consumo in natura principalmente para os estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. As rotas são solidárias, sendo o custo do transporte dissolvido pelo volume transportado de cada agricultor. Portanto, os intermediários que agregam valor final são excluídos. Esta não é uma interação temporária, há transações periódicas ao longo do ano abrangendo outras culturas produzidas pela unidade de produção e distribuídas pelo sistema. Quanto à diferenciação, como estratégia, desde o início dos trabalhos o grupo padronizou as embalagens e a qualidade das uvas enviadas garantindo uma identidade reconhecida e requisitada pelos consumidores. Considera-se os CCCs como inovação social da agricultura familiar para organizar interesses e garantir a sustentabilidade e o acesso aos mercados39. Desta forma pode-se destacar a agricultura familiar como terreno fértil para inovações a partir de necessidades e atitudes proativas acerca de problemas compartilhados.

Tal organização de agricultores, possui caráter de inovação social. Uma vez que a partir de uma necessidade coletiva e da organização dos envolvidos, modela-se solução viável para enfrentamento das dificuldades cotidianas. Assim, safra após safra as colheitas orgânicas de agricultores familiares ecologistas seguem fluxo logístico a partir do Circuito. Chegando aos mais remotos locais do país. Fazendo conexão entre consumidor e agricultor. Eliminando intermediários, resultando em um processo distribuição justo. Aonde quem produz recebe remuneração adequada, sem onerar o consumidor final. Configurando um excelente exemplo de movimento prol sustentabilidade imerso no setor vitícola em meio às adversidades impostas pelo mercado e advento do Antropoceno.

Conclusão

Revela-se no texto a importância da convergência da temática: viticultura/Antropoceno, reconhecendo que a atividade contribui para mudanças ambientais, como quaisquer ações antrópicas. Desta forma, evidencia-se relevante questionar possibilidades de mudança considerando o aprendizado replicável em iniciativas já implantadas. Uma vez que o modelo produtivo aqui exemplificado acontece com práticas contrárias às que contribuíram para o advento do Antropoceno. Observa-se que a produção orgânica familiar possui capacidade de apoiar a construção de sistemas alimentares mais adequados, resilientes e sustentáveis. Além de possuírem capacidades importantes de abastecimento local, ao passo que sistemas globalizados se especializam em cultivos para exportação, em detrimento das demandas alimentares locais. Logo, dietas mais sustentáveis dependem da produção e cultivos biodiversos com práticas conscientes que considerem as dimensões sociais, ambientais e econômicas da sustentabilidade.

Concluindo, acredita-se que a viticultura orgânica familiar é dotada de capacidades e conhecimentos para concretizar uma mudança global na produção vitícola, contribuindo com alavancagem da almejada sustentabilidade. Uma vez que desta, pode-se replicar excelentes práticas que contemplam as múltiplas dimensões da sustentabilidade, sejam cultivos conservacionistas em campo, ou buscas por mercados adequados às características produtivas do modelo, ou mesmo a construção de fluxos para chegar de maneira viável aos consumidores.

Notes

1 G. Pison, “World Population: 8 Billion Today, How Many Tomorrow?”, Population Societies, [s. l.], 604, 9, 2022, p. 1-4. Retour au texte

2 C. Massy, “Agriculture, the Anthropocene and Human Health”, Journal of Paediatrics and Child Health, [s. l.], 57, 11, 2021, p. 1819-1825. Disponível em: https://doi.org/10.1111/jpc.15683. Retour au texte

3 R.K. Mahaswa, A. Widhianto, N. Hasanah, “Eco-agriculture and Farming in the Anthropocene Epoch: A Philosophical Review”, E3S Web of Conferences, [s. l.], 226, 2021, p. 00035. Disponível em: https://doi.org/10.1051/e3sconf/202122600035. Retour au texte

4 J. Rockström et al., “Sustainable Intensification of Agriculture for Human Prosperity and Global Sustainability”, Ambio, [s. l.], 46, 1, 2017, p. 4-17. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s13280-016-0793-6. Retour au texte

5 “Food in the Anthropocene: The Eat-Lancet Commission on Healthy Diets from Sustainable Food System”, The Lancet [s. l.], 393, 10170, 2019, p. 447-492. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31788-4. Retour au texte

6 OECD, EUROSTAT, Oslo Manual, Paris, Luxembourg, 2018. Disponível em: https://www.oecd-ilibrary.org/content/publication/9789264304604-en. Acesso em: 25 nov. 2022. Retour au texte

7 Paul. J. Crutzen, “The ‘Anthropocene’”, Ehlers Eckart., Krafft Thomas (org.), Earth System Science in the Anthropocene, Berlin, Heidelberg, Springer, 2006, p. 13-18. Disponível em: https://doi.org/10.1007/3-540-26590-2_3. Acesso em: 22 nov. 2022. Retour au texte

8 Will Steffen, Paul J. Crutzen, John R. McNeill, “The Anthropocene: Are Humans Now Overwhelming the Great Forces of Nature”, AMBIO: A Journal of the Human Environment [s. l.], 36, 8, 2007, p. 614-621. Disponível em: https://doi.org/10.1579/0044-7447(2007)36[614:TAAHNO]2.0.CO;2. Retour au texte

9 Bruno Latour, “Telling Friends from Foes at the Time of the Anthropocene”, Revista de Antropologia, [s. l.], 57, 1, 2014, p. 11-31. Disponível em: https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2014.87702; J. Zalasiewicz et al., “The New World of the Anthropocene”, Environmental Science & Technology, [s. l.], 44, 7,2010, p. 2228-2231. Disponível em: https://doi.org/10.1021/es903118j. Retour au texte

10 Will Steffen, Paul J. Crutzen, John R. McNeill, “The Anthropocene: Are Humans Now Overwhelming the Great Forces of Nature”, op. cit. Retour au texte

11 Will Steffen et al., “The Trajectory of the Anthropocene: The Great Acceleration”, The Anthropocene Review, [s. l.], 2, 1, 2015, p. 81-98. Disponível em: https://doi.org/10.1177/2053019614564785. Retour au texte

12 Roberto Zambito Marsala et al., “First Evaluation of Pesticides Occurrence in Groundwater of Tidone Valley, An Area with Intensive Viticulture”, Science of the Total Environment, [s. l.], 736, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2020.139730. Retour au texte

13 Will Steffen, Paul J. Crutzen, John R. McNeill, “The Anthropocene: Are Humans Now Overwhelming the Great Forces of Nature”, op. cit. Retour au texte

14 José Augusto Padua, “Brazil in the History of the Anthropocene”, Brazil in the Anthropocene: Conflicts between predatory development and environmental policies, [s. l.], 2017, p. 19-40. Retour au texte

15 E. Borsato et al., “Comparison of Water-Focused Life Cycle Assessment and Water Footprint Assessment: The Case of an Italian Wine”, Science of the Total Environment, [s. l.], 666, 2019, p. 1220-1231. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2019.02.331. Retour au texte

16 A. Saraiva et al., “The Impact of the Winery’s Wastewater Treatment System on the Winery Water Footprint”, Water Science and Technology, [s. l.], 80, 10, 2020, p. 1823-1831. Disponível em: https://doi.org/10.2166/wst.2019.432 Retour au texte

17 A-L. Petrescu BakiŞ et al., “Is Biodiversity Linked with Farm Management Options in Vineyard Landscapes? A Case Study Combining Ecological Indicators within a Hybrid Modelling Framework”, Ecological Indicators, [s. l.], 121, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ecolind.2020.107012. Retour au texte

18 C.E. Gattullo et al., “Cover Crop for a Sustainable Viticulture: Effects on Soil Properties and Table Grape Production”, Agronomy, [s. l.], 10, 9, 2020, p. 1334. Disponível em: https://doi.org/10.3390/agronomy10091334. Retour au texte

19 BR. Blanco-Pérez et al., “Organic Viticulture Enhanced the Activity of Native Entomopathogenic Nematodes in DOCa Rioja soils (North of Spain)”, Agriculture, Ecosystems and Environment, [s. l.], 332, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.agee.2022.107931. Retour au texte

20 O. Campos et al., “Renewable Energy Prosumers in Mediterranean Viticulture Social-Ecological Systems”, Sustainability (Switzerland), [s. l.], 11, 23, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.3390/su11236781. Retour au texte

21 OECD; EUROSTAT, 2018. Retour au texte

22 Para uma teoria dinâmica da estratégia, [s. d.]. Disponível em: https://doi.org/10.1002/smj.4250121008. Acesso em: 29 nov. 2022. Retour au texte

23 J. Bessant, J. Tidd, Inovação e Empreendedorismo, 3. ed. Porto Alegre, Bookman Editora, 2019. Retour au texte

24 B Cid Aguayo et al., Pequeña vitivinicultura en el Valle del Itata: construcción de comunes, tragedia, despojo y reemergencias territoriales, [s. l.], 2022. Disponível em: http://www.saber.ula.ve/handle/123456789/48572. Acesso em: 30 nov. 2022. Retour au texte

25 Ibid. Retour au texte

26 SA.H. Santos Silva et al., “The Strategic Challenge in Marketing Products from Family Farming”, O. F. et al. (org.), Acta HorticulturaeInternational Society for Horticultural Science, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.17660/ActaHortic.2018.1215.35. Retour au texte

27 P. Mulotto, I. Ghiglieno, L. Valenti, L., “LIFE VITISOM: Innovation in Viticulture”, BIO Web of Conferences, [s. l.], 44, 2022, p. 02008. Disponível em: https://doi.org/10.1051/bioconf/20224402008. Retour au texte

28 Y. Chiffoleau, “Learning about Innovation Through Networks: The Development of Environment-Friendly Viticulture”, Technovation, [s. l.], 25, 10, 2005, p. 1193-1204. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.technovation.2004.04.003. Retour au texte

29 M. Keller, “Managing Grapevines to Optimise Fruit Development in a Challenging Environment: A Climate Change Primer for Viticulturists”, Australian Journal of Grape and Wine Research, [s. l.], 16, s1, 2010, p. 56-69. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1755-0238.2009.00077.x. Retour au texte

30 M. Prokes, P. Tomsik, “Increasing Competitiveness of Wine Producers in Strategic Alliances VOC”, Acta Universitatis Agriculturae et Silviculturae Mendelianae Brunensis, [s. l.], 60, 2, 2013, p. 293-298. Disponível em: https://doi.org/10.11118/actaun201260020293. Retour au texte

31 OIV. Risoluzione Oiv-Cst 518-2016 Principi Generali Dell’oiv Sulla Vitivinicoltura Sostenibile - Aspetti Ambientali, Sociali, Economici E Culturali., OIV, 2016. Disponível em: https://www.google.com/search?q=Resolu%C3%A7%C3%A3oOIV-CST518-2016&rlz=1C1CHZO_pt-BRBR1013BR1013&oq=Resolu%C3%A7%C3%A3oOIV-CST518-2016&aqs=chrome..69i57j0i546j0i30i546.286j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8. Acesso em: 29 nov. 2022. Retour au texte

32 O.E. Kliemenko, N.I. Klimenko, N.N. Klimenko, “Organic Viticulture Elements Development”, IOP Conference Series: Earth and Environmental Science, [s. l.], 659, 1, 2021, p. 012004. Disponível em: https://doi.org/10.1088/1755-1315/659/1/012004. Retour au texte

33 F. Dainelli, T. Daddi, “Does an Organic Strategy Pay? An Explanatory Study of the Italian Wine Industry”, British Food Journal, [s. l.], 121, 10, 2019, p. 2322-2336. Disponível em: https://doi.org/10.1108/BFJ-01-2019-0059. Retour au texte

34 P. Coll, “Organic Viticulture and Soil Quality: A Long-Term Study in Southern France”, Applied Soil Ecology, [s. l.], 50, 2011, p. 37-44. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.apsoil.2011.07.013; A. Merot, J. Wery, “Converting to Organic Viticulture Increases Cropping System Structure and Management Complexity”, Agronomy for Sustainable Development, [s. l.], 37, 3, 2017, p. 19. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s13593-017-0427-9. Retour au texte

35 D. Oliveira, C. Grisa, P. Niederle, “Inovações e novidades na construção de mercados para a agricultura familiar: os casos da Rede Ecovida de Agroecologia e da RedeCoop”, Redes, [s. l.], 25, 1, 2020, p. 135-163. Disponível em: https://doi.org/10.17058/redes.v25i1.14248. Retour au texte

36 A. de S. Pugas, O.J. Rover, “A cooperação da agricultura orgânica como resposta a exigências comerciais recebidas por agricultores de regiões metropolitanas”, Burigho F.L., Rover O.J, J. Ferreira (org.), Cooperação e desenvolvimento rural - olhares sulamericanos, Florianópolis, Letras Contemporâneas, 2021, p. 180-194. E-book. Retour au texte

37 Circuitos de Comercialização Ecovida, [s. d.]. Disponível em: https://ecovida.org.br/nossas_acoes/circuito_comercializacao/. Acesso em: 21 out. 2023. Retour au texte

38 A. de S. Pugas, O. J. Rover, A. C. Guedes, “Reciprocidade e circuitos curtos de comercialização de alimentos orgânicos da agricultura familiar”, Franco A. A, Batista E. H. de A. (org.), Dimensões e interfaces do rural, Ituituba, Barlavento, 2020. p. 84-110. E-book. Retour au texte

39 Oscar José Rover, M. R. Darlot, “Circuitos curtos de comercialização como inovação social que valoriza a agricultura familiar agroecológica”, M. R. Darlot, O. J. Rover, Circuitos curtos de comercializção agroecologia e inovação social, Florianópolis, Estúdio Semprebelo, 2021, p. 19-43. E-book. Retour au texte

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Carla Rodrigues Dal Prá Suliani, « Inovando em discussões acera da viticultura em tempos de antropoceno: o caso dos viticultores orgânicos de São Marcos no mercado nacional brasileiro », Territoires du vin [En ligne], 15 | 2023, publié le 30 décembre 2023 et consulté le 21 décembre 2024. Droits d'auteur : Licence CC BY 4.0. URL : http://preo.u-bourgogne.fr/territoiresduvin/index.php?id=2637

Auteur

Carla Rodrigues Dal Prá Suliani


Produtor de agroecologia, Master en Viticulture et Œnologie PPGVE, IFRS

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Licence CC BY 4.0